O concreto é o material mais utilizado pela indústria da construção civil, e até 2030, sua utilização será de 5 bilhões de toneladas métricas por ano.

Pensando num futuro promissor para essa área, pesquisadores holandeses da Universidade Técnica de Delft desenvolveram o bioconcreto, uma espécie de concreto que preenche rachaduras e fissuras sozinho, sem ninguém ter que fazer nada para isso.

O produto consiste em uma mistura de bio-concreto e bactérias, que ao entrar em contato com a água, os micro-organismos ficam ativos e se alimentam de lactato de cálcio, substância presente no concreto. O cálcio, o oxigênio e o dióxido de carbono resultantes desse processo, fecham pequenas rachaduras e furos.

Ao surgirem eventuais fissuras no material, os endósporos da bactéria são expostas aos elementos físicos do ambiente externo, incluindo a água, que penetra pelas rachaduras e desperta estes microrganismos, que começam a consumir o lactato de cálcio presente na mistura, produzindo carbonato de cálcio (que em grandes concentrações forma o calcário), e repara as rachaduras num período de poucas semanas.

A fórmula desenvolvida pela TU Delft vai além de reparar imperfeições meramente estéticas, pois se não reparadas, as fendas podem aumentar e permitir a entrada de água no interior da estrutura, levando à corrosão do aço e ao comprometimento da estrutura.

Este processo pode também funcionar em estruturas já existentes, com a pulverização de um preparado contendo as bactérias nas fendas das construções.

Além de baixar custos de manutenção em prédios, pontes, estradas, viadutos, represas e outras obras, possui grande potencial ecológico, que no futuro, será o resultado mais importante para a natureza.