A importância da sustentabilidade para a Indústria e para o Mundo
A indústria da construção é um dos ramos que mais movimenta o produto interno bruto (PIB) brasileiro. Trata-se de um setor gigantesco, que, mesmo com as adversidades da crise econômica enfrentada pelo país, ainda é responsável por um número substancial de empregos.
O ano de 2018 promete trazer uma grande retomada econômica para o segmento. Junto com essa retomada, surgem novas ideias e diretrizes, sendo que muitas delas envolvem a redução de custos e a preocupação com a qualidade das obras. Soma-se à estas questões a preocupação com a sustentabilidade, algo que há algum tempo é discutido em outros setores da economia como a indústria alimentícia e automobilística, mas que ainda enfrenta certas resistências dentro da indústria da construção.
Tudo que envolve construção, aplica o uso de recursos naturais como água, areia, madeira e minerais. Há décadas, o setor é caracterizado como um dos maiores consumidores de recursos, e isso é algo que muitas empresas e engenheiros estão dispostos a mudar.
Apesar da atitude de pesquisadores e entusiastas que anseiam por uma construção mais sustentável, muitos ainda associam a questão do reaproveitamento de materiais e reciclagem de resíduos a algo custoso e de baixo retorno. A preocupação é pertinente e tangencia o controle de qualidade, afinal, existe um certo ceticismo envolvendo práticas renováveis.
No entanto, novas tecnologias têm surgido com o intuito de reduzir os impactos da atividade de construção sem perder a produtividade, gerar custos extras ou reduzir a qualidade do produto final.
Um bom exemplo dessa tendência é a criação de novas máquinas elaboradas para realizar o reaproveitamento de resíduos.
E as mudanças não ficam restritas ao canteiro de obras. Os escritórios construtoras também podem aproveitar inovações tecnológicas surgidas nos setores para diminuir seus custos, um exemplo disso são as tecnologias que ajudam na redução do uso de papel em suas atividades cotidianas. A atitude parece pequena, mas gera uma valiosa transformação nas finanças e na sustentabilidade da organização.
Apesar do papel do setor para a economia e de todo o aspecto positivo que ele pode trazer, as atividades da construção são responsáveis por um grande consumo de recursos naturais. No entanto, segundo o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), o problema está longe de ser apenas esse.
Estima-se que 50% dos resíduos sólidos gerados por práticas humanas sejam provenientes dessa indústria. Os famosos entulhos têm quantidade duas vezes maior ao volume de lixo urbano no país. A questão é tão grave que a CBCS, em seu relatório Aspectos da Construção Sustentável, menciona que nem mesmo o transporte dos resíduos da construção deve ter seu impacto desconsiderado, uma vez que isso demanda o uso intenso de veículos pesados, como caminhões nas rodovias brasileiras. Para agravar ainda mais o quadro, há uma grande quantidade de carbono emitido (fruto do intenso uso de maquinários movidos com combustíveis fósseis) e uso massivo de água e energia elétrica.
A emissão é mais intensa durante o processo de produção dos materiais utilizados nas obras. Para se ter uma ideia, para cada tonelada produzida de clínquer (que é um dos componentes mais importantes do cimento) são emitidos 600 kg de CO² em nossa atmosfera.
Esses números são preocupantes e estão desafiando as autoridades e os grandes players da construção a procurar formas mais sustentáveis de manter as atividades.
Trata-se de uma equação bem difícil de ser resolvida e que requer muita pesquisa. É extremamente importante o envolvimento do poder executivo com este tipo de assunto. Sem o amparo das políticas públicas, a missão de conscientização do empresariado e de representantes da construção torna-se uma tarefa mais complexa de ser efetuada.
Atitudes governamentais somam-se a algumas iniciativas particulares para transformar os canteiros de obras em locais de menor impacto ambiental. Uma dessas iniciativas partiu após a crise hídrica paulista, que forçou muitas obras a reavaliarem seu consumo de água e as oportunidades de reaproveitamento do recurso hídrico.
Diante de tantos números negativos e de tanto impacto ambiental, a questão da construção sustentável ganha ainda mais força, principalmente se olharmos para o constante aumento da população urbana em todo mundo. Conforme o aumento das áreas urbanas se espalha pelos países, maior é a demanda por novas construções para habitação e fornecimento de infraestrutura.
Fontes:
Mobuss / Prenova